Afinal, quais são (e onde ficam) os edifícios mais altos do Brasil?
Ao contrário do que muitos pensam, o Brasil está, sim, inserido na lista de países com arranha-céus. Primeiro é importante ressaltar que um prédio só pode estar nessa categoria se tiver mais do que cem metros de altura. É só uma das características da arquitetura que visa expressar o prestígio e o poder econômico de se viver em uma grande metrópole. Talvez por isso as mais altas estruturas estejam localizadas, em maioria, em São Paulo, o epicentro financeiro do país.
Os paulistanos não são os únicos a terem arranha-céus. Outras cidades brasileiras também têm os seus. Essa condição depende da qualidade dos insumos, do emprego dos materiais, dos maquinários, dos softwares e da mão de obra disponível em cada região. Numa listagem, se destacariam Rio de Janeiro, Recife, Goiânia, Salvador e Curitiba. Mas o estado de Santa Catarina é que mais têm surpreendido quanto ao número de edifícios de grande porte, principalmente Londrina e Balneário Camboriú.
Os futuros arranha-céus no Brasil
Existem milhares de projetos, bem ambiciosos, para novos arranha-céus no Brasil. Por exemplo, Thiago Jardim – um arquiteto formado pelo Illinois Institute of Technology, nos Estados Unidos – elaborou uma proposta ousada para Manaus, no Amazonas. Seria um prédio de duzentos metros de altura, com escritórios, hotel, centro de convenções, salas de conferência e mais. Porém, é uma ideia que ainda não se tornou realidade por falta de investidores interessados.
Já se sabe que, nos próximos anos, muitos outros desenhos vão sair do papel. Há uma centena de bons projetos arquitetônicos sendo desenvolvidos no Brasil. Alguns, infelizmente, são uma agressão aos olhos dos observadores. Somente no estado de Santa Catarina já se pode ver inúmeros arranha-céus em construção, em sua maioria residencial. Estão em fase de projeto ou execução os seguintes edifícios: One Tower, com 280 metros de altura; Sky Tower, com 280 metros de altura; Infinity Coast Tower, com 237 metros de altura; e Boreal Tower, com 220 metros de altura.
A “Dubai brasileira”
O charmoso e imponente município de Balneário Camboriú, em Santa Catarina, reúne a maioria dos arranha-céus já construídos e inaugurados no Brasil. Isso se deve ao crescimento financeiro da região e ao aquecimento do setor imobiliário, com destaque para os empreendimentos de luxo. Outro motivo é a legislação local, que não limita a altura dos prédios, permitindo esse crescimento desordenado aconteça.
Algumas pessoas defendem que os arranha-céus são vantajosos para as cidades, porque aproveitam ao máximo o potencial dos terrenos, reduzindo o perímetro urbano e, consequentemente, o impacto ambiental. Mas, no caso de Camboriú, o caso é mais grave. O amontoado de prédios, em uma pequena faixa de areia, está causando um estreitamento na estrutura da cidade. Sistemas de água, esgoto e eletricidade já não comportam mais tanto crescimento vertical. Fora dos lotes, as demais áreas sofrem com a falta de luz solar e os túneis de vento, que comprometem esse paraíso natural tão querido pelos turistas.
Os primeiros arranha-céus no país
Há uma discussão sobre qual seria o arranha-céu mais antigo do Brasil. O primeiro edifício de grande porte do país foi o Sampaio Moreira, em São Paulo, no ano de 1924. Ele tem cinquenta metros de altura, ou doze andares. Já o Edifício Martinelli ou Palácio W. Zarzur, datado do ano de 1929, tem cento e tinta metros de altura, ou trinta andares. Ele foi projetado por William Fillinger, erguido com alvenaria de tijolos e estrutura de concreto. Hoje, esse é o endereço das Secretarias Municipais de Habitação e Planejamento, além de empresas e sindicatos.
Mais recentemente, o Iphan – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – tombou o Edifício A Noite, localizado na Praça Mauá, no Rio de Janeiro. Projeto de Joseph Gir, Emilio Baumgart e Elisário Bahiana – também autor do Copacabana Palace e do Palácio Laranjeiras; tem cento e dois metros de altura, ou vinte e dois andares. Foi inaugurado em 1929, servindo de sede para o Jornal A Noite e a Rádio Nacional. Embora tenha sofrido uma grave decadência com o passar dos anos, é considerado, hoje, um importante exemplar do estilo Art Déco e o primeiro arranha-céu do Brasil.
Confira a lista com os seis edifícios mais altos do Brasil na atualidade:
Millennium Palace
O Millennum Palace é, por hora, o edifício mais alto do Brasil. Ele está localizado na Avenida Atlântica, no Balneário Camboriú, em Santa Catarina. Foi inaugurado em 2014 pela construtora FG. Tem cento e setenta e oito metros de altura, ou cinquenta e dois andares, quase o dobro das construções vizinhas. É um prédio residencial de luxo que possui um apartamento por pavimento, com direito à piscina de borda infinita e vista para o mar. Os moradores ainda têm disponível um sistema de compartilhamento de bicicletas, um gerador próprio de energia e captação de água da chuva para manutenção do prédio. Mas, o principal destaque de sua arquitetura é a pequena réplica da Torre Eiffel, no topo da cobertura.
Mirante do Vale
Projeto do engenheiro Waldomiro Zarzur, inaugurado em 1966, o Condomínio Mirante do Vale é o segundo edifício mais alto do Brasil, o décimo quinto mais alto da América do Sul e o centésimo nonagésimo oitavo mais alto do mundo. Está localizado na Avenida Prestes Maia, no Vale do Anhangabaú, em São Paulo. Tem cento e sessenta metros de altura, ou cinquenta andares. Seu uso é misto, ou seja, residencial e comercial ao mesmo tempo. Em seu interior, há oitocentas e doze salas comerciais, cento e setenta e seis lojas, sessenta salões comerciais, doze elevadores, duas escadas rolantes, um mirante, um restaurante e um heliporto.
Edifício Itália
O Circolo Italiano, ou, como é conhecido, Edifício Itália, foi inaugurado em 1965. Ele é o terceiro arranha-céu mais alto do Brasil. Está localizado na cidade de São Paulo, na Praça da República. Foi um projeto do arquiteto Franz Heep e é, hoje, um dos maiores pontos turísticos da cidade. Tem cinquenta e dois mil metros quadrados de área construída, distribuída em cento e sessenta e cinco metros de altura, ou quarenta e seis andares. Só as janelas da fachada somam, em vidro, o impressionante número de seis mil metros. O restaurante no topo é um importante destaque – conhecido como Terraço Itália, com vista de 360° graus para a cidade.
Villa Serena
As torres ‘A’ e ‘B’ do Condomínio Residencial Villa Serena têm cento e sessenta e quatro metros de altura, ou quarenta e seis andares cada. O conjunto localiza-se no Balneário Camboriú e foi inaugurado em 2012.
Rio Sul Center
O Rio Sul Center é um edifício de escritórios localizado no bairro do Botafogo, no Rio de Janeiro. É considerado o arranha-céu mais alto da cidade. Foi inaugurado em 1982 e tem cento e sessenta e quatro metros de altura, ou quarenta e oito andares.
Edifício Altino Arantes
O sexto edifício mais alto do Brasil é o Altiro Arantes, ou Torre do Banespa. Foi construído em 1939, a pedido do ex-governador do estado Ademar Pereira de Barros e inaugurado em 1947. Está localizado no centro de São Paulo e tem cento e sessenta e um metros de altura, ou quarenta andares. É uma das obras de engenharia e arquitetura mais emblemáticas do país. Foi inspirada no Empire State Building, em Nova York, e reconhecida, em certo período, como a maior estrutura em concreto armado do mundo. (Blog da Arquitetura)